sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Religião se mistura com política?


Política, em uma democracia, é o governo do povo, para o povo e pelo povo. Politicagem, em uma "democracia", é o governo de alguns em benefício de poucos com dinheiro de todos. Atentem bem à essas duas definições.

Não se mistura fé com politicagem, compra de votos, curral eleitoral, conxavos, desvio de dinheiro que seria para a educação, saúde, segurança, com o neoliberalismo concentrador de renda. Isto é para ser denunciado como obra da trevas e fazemos isso? Expulsamos os demônios que agem nas pessoas, mas temos expulsado os demônios que agem nos governos e governantes? Temos afirmado o reino de Deus em todos os sentidos? Temos sido políticos afirmando os valores do Reino de Deus frente aos anti-valores das trevas da politicagem?

Misturamos religião e politicagem quando sabemos de tantas coisas erradas e nos omitimos, misturamos religião e politicagem pela pior forma, passivamente concordando com o que está errado, com os corruptos e corruptores. Quando calamos consentimos. As pessoas de fora da igreja muitas vezes não nos vêem com sal e luz, apenas como os que se omitem, com os lobos em pele de cordeiro, aproveitando da ingenuidade do povo evangélico para benefício próprio OU INSERIDOS NA POLITICAGEM.

Agora, a postura dos cristãos deveria ser de, politicamente conscientes, verdadeiros políticos e não politiqueiros, ou os crentes no momento em que votam deixam de serem crentes, no momento em que apertamos os botões da maquininha somos políticos e na igreja somos santos?
Se crentes não votassem, não usufruissem de serviços públicos, não pagassem impostos, não vivessem em uma democracia, aí eu defenderia uma postura "apolítica" ou seja, não teríamos nada a dizer por que não participamos, não usufruímos dos serviços do Estado , mas não é isso que acontece em nenhum lugar do planeta.

Como eu enviei no mail que tem um link para a revista Ultimato, temos responsabilidade com JUSTIÇA SOCIAL, e esta passa também pela prefeitura, governo do estado e país. Quando os bons se omitem, os maus tomam conta, já dizia o Pr. Paschoal da PIB/Curitiba.
Muitas pessoas defendem o tal do apolítico como o correto para os evangélicos, aí ocorrem duas coisas: a primeira é que Mamom toma conta pela nossa negligência, segundo, como já afirmei, "quem cala consente".

O que é ser um verdadeiro cristão num país campeão mundial em injustiças sociais?do trabalho escravo? da prostituição infantil? do salário mínimo de fome?da fome?do racismo? da juventude sem escola?O que temos a dizer? o que a Bíblia tem a nos ensinar?o que a história de José, Moisés, os livros de Isaias, Amós, Tiago, a postura de João Batista e de Jesus frente aos poderes econômicos e poderosos? o que dizer de Wilbeforce e de Martim Luther King em história recente?

Que o Poder da Verdade nos ajude a vencer a verdade do poder, sempre. Que dia 27, em nosso debate, o Reino de Deus seja anunciado e que nossas atitudes sejam as de um povo que se importa e mais que isso, que o evangelho todo, para todos os homens, para o ser humano por completo, seja proclamado.

Abraço a todos, que não sejam as minhas palavras a tirar suas dúvidas mas que seja a voz de Deus dizendo: "bem aventurados os que têm fome e sede de justiça" que nos impulsionem.

Douglas Rezende
Articulador Rede FALE/Curitiba
www.fale.org.br

Douglas Rezende é profissional da área da Educação, formado em História pela UFPR, com vasta experiência educacional. Atualmente é articulador da Rede FALE, onde desempenha um trabalho excelente.